Comprar a prazo virou a primeira opção do consumidor. A maior evidência deste fato é que não se anuncia mais o preço total do produto e sim a quantidade e o valor das parcelas a serem pagas.
Assim o consumidor não se preocupa mais com quanto custa determinado produto, tampouco com as taxas e os juros a serem pagos, mas somente se a parcela cabe ou não dentro do seu orçamento.
Para confundir ainda mais o cliente, algumas empresas dividem o valor por trinta para mostrar quanto seria a prestação por dia, dando a falsa impressão de que é muito barato. Daqui a pouco vão começar a calcular as prestações por minuto.
Outra estratégia de manipulação é o parcelamento sem juros. Esta também é uma forma de enganar o consumidor, pois este negócio de “juros zero” não existe. Eles vêm disfarçados sob a forma de descontos nos preços à vista ou já inclusos no valor total do produto.
O interessante nesta história é que a ansiedade de consumir é tão grande que o cliente faz um esforço tremendo para acreditar que aquilo é verdade e não um puro jogo mercadológico. Ele quer aliviar a consciência e fica criando estratégias mentais para não se sentir culpado pela compra. É comum se ouvir das pessoas que só se consegue conquistar as coisas a prazo, e que se não for desta maneira nunca terá nada. Quem nunca repetiu a seguinte frase: “é baratinho e ainda divide”.
Mas será esta a melhor, ou a única possibilidade que temos de adquirir as coisas que necessitamos para o nosso bem estar?
Para responder a esta pergunta, vale a pena analisarmos um caso real de financiamento citado no livro “12 meses para enriquecer”, de Marcos Silvestre. Imagine que você tenha um sonho de adquirir um veículo zero km que custa R$ 50.000. Dependo de sua renda, você terá certa facilidade em conseguir um financiamento de até 100% do valor do veículo. Considerando as taxas praticadas atualmente pelas concessionárias, você poderia dividir a compra em 60 parcelas de R$ 1.333, a uma taxa de 1,69%, totalizando R$ 80.000.
Por outro lado, suponhamos que você tem um amigo que não gosta de ficar devendo e prefere juntar o dinheiro antes de comprar. Por esta razão, ele decide aplicar mensalmente numa modalidade simples de investimentos denominada Tesouro Direto o valor de R$1.111. Ao final de 36 meses ele chegará à concessionária com R$ 45.000 em mãos e não tenha dúvidas que sairá com o mesmo carro que você adquiriu. Novinho e totalmente quitado.
A sua precipitação em comprar lhe custou R$ 35.000, ou seja, você praticamente pagou dois carros e levou apenas um. E tomara que nenhuma prestação atrase nestes 60 meses, senão o prejuízo é ainda muito maior.
E o exemplo do automóvel se aplica a qualquer outro bem: computador, celular, televisão, etc.
Portanto, independente do valor, o ideal é planejar nossas compras, pois não há dúvidas de que vale a pena pagar os produtos a vista, mesmo que você tenha que esperar um pouco mais para isso. Com dinheiro na mão as oportunidades surgem e você consegue fazer bons negócios.
Pense nisso em sua próxima aquisição e um grande abraço.
Deixe um comentário