Entenda como funciona a compra por impulso e aprenda a se prevenir dela
Uma das maiores razões de nosso descontrole financeiro é a confusão que muitos de nós fazemos entre “necessidades não atendidas” e “desejos não realizados”.
“Necessidades” referem-se a aspectos básicos da condição humana, tais como alimentar-se, vestir-se, ter um lugar para morar, etc. Se nossas necessidades não são atendidas quer dizer que algo muito importante está faltando para nossa existência.
De acordo com o psicólogo Abraham Maslow, passamos a vida inteira escalando os cinco degraus das necessidades: fisiológicas, segurança, sociais, estima e auto realização. As três primeiras referem-se a carências pessoais, devendo ser satisfeitas para que os indivíduos se sintam saudáveis e seguros; e as duas últimas são de crescimento, por estarem relacionadas ao desenvolvimento e realização do potencial de cada pessoa.
Assim, segundo Maslow, em primeiro lugar lutamos pela nossa sobrevivência e quando a conquistamos, passamos a nos preocupar com abrigo, e na sequência vem o desejo de fazer parte de um grupo social. Participando de um grupo, sentimos a necessidade de sermos reconhecidos por nós mesmos e pelo grupo, e finalmente precisamos acreditar que nossa vida vale a pena porque acreditamos naquilo que fazemos da vida.
E nesta incansável luta pela satisfação de nossas necessidades, temos os recursos financeiros como grandes aliados, que se usados corretamente para este fim nos possibilitarão grandes saltos rumo à nossa felicidade.
Do outro lado, surge a propaganda como uma grande força manipuladora e ideológica nos seres humanos, despertando o desejo de adquirir determinados produtos ou serviços.
Estes “desejos” são manifestações de nossa vontade normalmente criadas por motivações externas, mas não são necessidades. Enquanto que as necessidades são frutos de uma reflexão sobre aquilo que é bom ou ruim para nossa vida, os desejos são sentimentos momentâneos sobre que queremos ou não em determinado momento ou situação. Nestes casos, são comuns as frases; meu desejo agora é fazer tal coisa, é sumir, é não fazer nada, é possuir tal coisa, é beber até cair, etc.
Portanto, os desejos se manifestam em resposta à nossa exposição a um leque de possibilidades que o mundo nos oferece, provocando uma vontade de conquistar algo que nos dará um prazer momentâneo, e que se esfria assim que o nosso estado emocional em relação àquele objeto perde a intensidade. É só abrir o seu guarda roupa que você irá deparar com pelo menos um item que não consegue justificar a sua aquisição.
Como vimos, o dinheiro é um poderoso instrumento para a conquista das coisas ou condições que suprem as nossas necessidades, e é para isto que ele existe. Por outro lado, quando o colocamos a serviço de nossos desejos o efeito em nossa vida pode ser devastador.
Da combinação dinheiro e desejo surge o consumismo, que é um estilo de vida orientado pela aquisição de bens ou serviços, em geral supérfluos, com um único objetivo de amenizar uma ansiedade causada por um desejo momentâneo.
É isto que os desejos causam em nossa vida: primeiro aquela ansiedade de conquistar determinada coisa a qualquer custo, e depois um remorso por ter adquirido algo desnecessário e que quase sempre vai comprometer nosso orçamento doméstico e consequentemente nossa qualidade de vida.
Devemos acreditar que somos merecedores da felicidade e para conquistá-la devemos lutar diariamente na progressiva satisfação de nossas necessidades e na evolução de nossa existência.
No entanto, se confundirmos “desejos não realizados” com “necessidades não atendidas”, com certeza viveremos num grande sofrimento e seremos eternos infelizes, pois nossos desejos mudarão, aumentarão e nunca conseguiremos realizá-los todos.
Conhecedores desta importante diferença, poderemos controlar nossos desejos e adaptá-los à nossa realidade e condição e assim seremos mais felizes. É claro que devemos buscar sempre a conquista de melhores condições de vida para nós e para aqueles que amamos. Mas nunca devemos confundir desejo com necessidade.
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